TRADUÇÃO:
(Ser humano):
Ouço a sua voz no vento.E ouço-a chamar meu nome.
(Voz):"Ouça, minha criança!" Você diz para mim,
"Eu sou a voz de sua história,Não tema - venha, siga-me,
Responda meu convite e vou tornar você livre".
Eu sou a voz do vento e da chuva torrencial,
Eu sou a voz de seu anseio e dor;
Eu sou a voz que sempre está chamando você,
Eu sou a voz - Eu persistirei.
Eu sou a voz nos domínios em que o verão acabou,
A dança das folhas no Outono, quando os ventos sopram;
Posso dormir ao longo de todo o frio do Inverno;Eu sou a força que na primavera vai cresce.
Pleno com meu sofrimento e com sangue em meu
campos.Eu sou a voz do futuro.
(Ser humano):
Traga-me a sua paz, traga a sua paz, e as minhas
feridas irão cicatrizar.
(Voz)Eu sou a voz do vento e da chuva torrencial,
Eu sou a voz do seu anseio e da dor;
Eu sou a voz que sempre está chamando você,
Eu sou a voz.Eu sou a voz no passado que será sempre
Eu sou a voz de fome e dor;Eu sou a voz do futuro;
Eu sou a voz!
mundo e do homem é objeto de numerosas pesquisas
científicas que enriqueceram magnificamente nossos
conhecimentos sobre a idade e as dimensões do
cosmo, o "devir" das formas vivas, o aparecimento
do homem. Essas descobertas nos convidam a
admirar tanto mais a grandeza do Criador, a render-
lhe graças por todas as suas obras, pela inteligência e pela sabedoria que dá aos estudiosos e aos
pesquisadores. Com Salomão, estes últimos podem
dizer: "Ele me deu um conhecimento infalível dos
seres para entender a estrutura do mundo, a
atividade dos elementos... pois a Sabedoria, artífice
do mundo, mo ensinou"(Sb 7,17.22).
O grande interesse reservado a essas pesquisas é
fortemente estimulado por uma questão de outra
ordem e que ultrapassa o âmbito próprio das ciências
naturais. Não se trata somente de saber quando e
como surgiu materialmente o cosmo, nem quando o
homem apareceu, mas, antes, de descobrir qual é o
sentido de tal origem: se ela é governada pelo acaso,
um destino cego, uma necessidade anônima, ou por
um Ser transcendente, inteligente e bom, chamado
Deus. E, se o mundo provém da sabedoria e da
bondade de Deus, por que existe o mal? De onde
vem? Quem é o responsável por ele? Haverá como
libertar-se dele?
Tem-se confrontado com respostas diferentes em
variadas teorias que dizem respeito à questão das
origens. Assim, encontram-se nas religiões e nas
culturas antigas numerosos mitos acerca das origens.
Certos filósofos afirmaram que tudo é Deus, que o
mundo é Deus, ou que o devir do mundo é o devir de
Deus (panteísmo); outros afirmaram que o mundo é uma emanação necessária de Deus, emanação esta que deriva dessa fonte e volta a ela; outros ainda afirmaram a existência de dois princípios eternos, o Bem e o Mal, a Luz e as Trevas, em luta permanente entre si (dualismo, maniqueísmo); segundo algumas dessas concepções, o mundo (pelo menos o mundo material) seria mau, produto de uma queda, e portanto deve ser rejeitado ou superado (gnose); outros admitem que o mundo tenha sido feito por Deus, mas à maneira de um relojoeiro que, uma vez terminado o serviço, o teria abandonado a si mesmo (deísmo); outros, finalmente, não aceitam nenhuma origem transcendente do mundo, vendo neste o mero jogo de uma matéria que teria existido sempre (materialismo). Todas essas tentativas de explicação dão prova da permanência e da universalidade da questão das origens. Esta busca é própria do homem.
Quase tudo é silêncio
Quase tudo é silêncio nas coisas da vida.
Em silêncio profundo a mulher engravida,
Ao nascer há silêncio (depois sim, que chora),
crescemos em silêncio sem nem percebermos,
amamos em silêncio. Para não nos perdermos
fazemos silêncio, por dentro e por fora.
Em silêncio as rugas aparecem no rosto,
em silêncio amargamos o grande desgosto,
é em silêncio que se ouve as vozes sonoras,
crescem em silêncio as flores dos campos
e a noite acende os seus pirilampos
para iluminar o silêncio das horas.
Trabalham em silêncio os inteligentes.É em silêncio que sofrem os mais descontentes.
Há silêncio nas almas dos grandes profetas.
Há silêncio profundo nos olhos tristonhos.
É pesado o silêncio dos pobres de sonhos.
E o mais triste silêncio é o dos poetas.
Um poema sobre a criação do mundo |